- Feliz NatalAmanhã, e não hoje, é Natal... dia que representa o nascimento de Jesus Cristo... sim, REPRESENTA pois ninguém sabe exatamente a data que Jesus nasceu, e a Igreja Católica usou 25 de dezembro para abafar celebrações como o Hanukkah judaico, entre outros. Enfim, isso é irrelevante, se formos prestar atenção no que significa o Natal para os (verdadeiros) Cristãos: é o surgimento da Fé, a Boa Nova anunciada pelo Pai, UM FAROL EM MEIO A ESCURIDÃO EM QUE SE ENCONTRAVA (encontra) TODA HUMANIDADE. Lógico, essa festança toda é muito legal, Papai Noel, árvore de Natal, troca de presentes, ceia farta: não dá mais para abrir mão disso... mas jamais podemos esquecer do que essa data representa de verdade: o nascimento, em uma gruta que servia de estábulo, do maior ser humano que já existiu!!! Sim, SER... HUMANO!!! Por mais que o Mestre tenha feito (ou não) milagres pirotécnicos, seu maior milagre está em Sua mensagem de Amor, em Suas lições de humildade, e principalmente na Sua morte, onde Ele dá sua vida por nós, onde Ele se entrega sem jamais retroceder em suas Lições de Amor!!! Concitoa todos, PRINCIPALMENTE A MEUS AMIGOS ATEUS, que leiam o Novo Testamento de coração aberto: RELIGIÕES NÃO EXISTEM!!! IGREJAS SÃO UMA FARSA CRIADA PELO HOMEM PARA BITOLAR SEUS SEMELHANTES!!! Mas prestem atenção NAquele Homem chamado Jesus... no que Ele tinha a dizer... considere que ele era tão humano quanto nós... considere no caos que era o mundo, em especial aquela região, naquele tempo (hoje em dia não está muito melhor)... pensem nisso... acho que a raiva de vocês por Igrejas e Religiões talvez até aumente, mas tenho certeza que a admiração pelo Cristo irá surgir!!! Feliz Natal a todos!!!
[Texto por Raphael Durão]
Serei incorrigivel, romântico ou velhaco, não direi o que sinto, não sentirei o que digo, ou mesmo direi o que não sinto, enfim quero falar-lhes sobre muitas coisas.
sábado, 24 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
No momento há uma pequena desordem em minha vida.
Ando pro norte virado pro sul...
Caminho sob a chuva banhado de suor.
Estou 1/2 áspero, 1/2 dado a arranhar as pessoas e a minha própria alma.
Acabei com todas as metáforas que conhecia.
Desço a ladeira de costas para ficar com a impressão que não estou caindo.
Equilibro ovos nas pontas dos dedos para me manter confiável.
E apaguei meu nome de hoje para trás.
Não sou mais nada além de uma ruína.
Um esboço do meu tropeço comigo mesmo.
Um homem que desce ladeiras de costas e equilibra ovos nas pontas dos dedos para suportar a si mesmo.
E agora quero distância de tudo.
Até da possibilidade de reerguer-me do meu holocausto pessoal.
Nem que para isso eu tenha que pular no abismo das almas perdidas.
E de lá nunca mais sair.
Nem para viver a minha antiga vida novamente.
Ando pro norte virado pro sul...
Caminho sob a chuva banhado de suor.
Estou 1/2 áspero, 1/2 dado a arranhar as pessoas e a minha própria alma.
Acabei com todas as metáforas que conhecia.
Desço a ladeira de costas para ficar com a impressão que não estou caindo.
Equilibro ovos nas pontas dos dedos para me manter confiável.
E apaguei meu nome de hoje para trás.
Não sou mais nada além de uma ruína.
Um esboço do meu tropeço comigo mesmo.
Um homem que desce ladeiras de costas e equilibra ovos nas pontas dos dedos para suportar a si mesmo.
E agora quero distância de tudo.
Até da possibilidade de reerguer-me do meu holocausto pessoal.
Nem que para isso eu tenha que pular no abismo das almas perdidas.
E de lá nunca mais sair.
Nem para viver a minha antiga vida novamente.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Prazer
Quem me dera o inverno durasse um pouco mais
O céu cinzento, a palma branca, os olhos serenos
Teu quarto... Nossa cama
A carne nua
Quem me dera uma vez mais, só nós
Isolados... Unidos por um só laço
O desejo
Engolidos pelo prazer, o gosto, o querer
Éramos perfeitos
O frio era só um desculpa para a cama permanecer ocupada
Forrada por nossas peles morenas
Os dias, as horas, o relógio era a nossa vontade
Insaciável vontade de ter
Proporcioná-lo e tê-lo como fonte de ter
Prazer
Walisson Figueiredo
Caruaru - ZonaLeste - 08/12/2011
Quem me dera o inverno durasse um pouco mais
O céu cinzento, a palma branca, os olhos serenos
Teu quarto... Nossa cama
A carne nua
Quem me dera uma vez mais, só nós
Isolados... Unidos por um só laço
O desejo
Engolidos pelo prazer, o gosto, o querer
Éramos perfeitos
O frio era só um desculpa para a cama permanecer ocupada
Forrada por nossas peles morenas
Os dias, as horas, o relógio era a nossa vontade
Insaciável vontade de ter
Proporcioná-lo e tê-lo como fonte de ter
Prazer
Walisson Figueiredo
Caruaru - ZonaLeste - 08/12/2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
Dois Pierrôs
“Respeite
minha dor
não cante agora
perdi meu grande amor” Nelson Cavaquinho
não cante agora
perdi meu grande amor” Nelson Cavaquinho
Chegam
pela noite, os dois ao mesmo tempo: os passos e o silêncio. Olham-se um ao
outro: o encontro é inesperado, mas guardam a surpresa – não querem nos
semblantes demonstrar perturbação, sinal de uma fraqueza, receio, talvez medo.
Chegam pela noite e seguem, lado a lado: os passos são iguais, os gestos são
iguais. Não se ouve palavra: só os pés roçando a terra. Seguem a mesma trilha,
fazem a mesma curva; súbito param, juntos, diante da caixa de mármore.
Fitam,
os olhos aos pares, a pedra lisa e negra. Cada um leva uma rosa – uma branca,
uma vermelha, ambas nas mãos esquerdas – que ambos tentam esconder, por
instinto ou por razão. Nas mãos, as duas rosas cujas pétalas tremem, leves – e
desvelam, no tremor, o que os dois, com zelo, ocultam. Rígidos como a pedra, os
olhos, retesados, obrigam-se a não ver mais que as letras escavadas – como se
não vissem ao lado a sombra gêmea: frieza calculada, guardada no silêncio.
Na
mão a rosa branca –
branco
era o sorriso daquela em que agora pensam: ela, ninfa morena, longos cabelos
negros, pele esculpida em bronze. Os dois a haviam visto no meio da larga
avenida: qual sílfide sambava, enlaçada em serpentinas, confetes pelo corpo
recendente a adolescência; sambava e não os via – nada via, olhos cerrados,
entregue a todo o enlevo que a arrastava na catarse. Mas eles, longe, a viam,
entre as sombras mascarados – as lágrimas pintadas sobre a face entristecida.
Quando veio a madrugada, os dois, na avenida vazia, enfim se aproximaram,
idênticos nos passos – e ela, desvairada, sambando solitária, não os viu
tirando as máscaras; nem viu quando seus lábios se arrastaram para um beijo – e
aos braços entregou-se, num arroubo: Colombina.
Na
mão a rosa vermelha –
e
os lábios separados pela lâmina da faca. Foi ela quem caiu – ela, adolescente,
sem grito e sem gemido: leve, lívida sílfide, silêncio e madrugada. E os dois
que se entreolhavam, as mãos manchadas de sangue, calando o peito o pranto no
mais vão dos fingimentos. O beijo interrompido secava nos seus lábios: nasceu
de início a fúria – o corpo, no chão, sangrava; a lâmina vibrava, cobiçosa da
vingança; mas era quarta-feira. Então se ajoelharam ao seu lado e a
contemplaram: os dois que não puderam conhecê-la, Colombina, e agora nada
tinham mais que o corpo fenecente.
E
enfim a possuíram – – –
os
olhos se encontraram, as mãos acharam as máscaras:
negras
lágrimas retintas cobriram os rostos pálidos. Deram-se então as costas e
afastaram-se, calados, outra vez iguais nos passos, no chão deixando o corpo
que outra vez não sambaria.
Fremem,
nas mãos esquerdas, as rosas desalentadas. Lentas são entregues à pedra dura e
fria, as pétalas pousando sobre o nome ali gravado, que os dois, num só
sussurro, soturnos pronunciam. E aos poucos dão-se as costas outra vez, e enfim
se afastam, sem fitar-se, austeros e hirtos – os pés roçando a terra, o luto em
meio à noite, vão deixando longe a lápide coberta pelas rosas – rosa branca,
rosa vermelha sob a chuva que, leve, cai, numa noite de quarta-feira. E ela não
mais samba: no túmulo adormecida, revive na quarta-feira – fim de festa, amor e
cinzas:
na
pedra, as letras cravadas, o nome de Colombina.
[conto
publicado na revista Literatura n. 34 - fevereiro de 2008]
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